Recentemente, em entrevista à CNI, o presidente da ANPD, Waldemar Gonçalves, alertou dos riscos à reputação das empresas em casos de descumprimento da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados). A lei entrou em vigor em agosto do ano passado no Brasil.

 

O tamanho do prejuízo para as empresas

 

Em entrevista à agência, o presidente foi perguntado sobre os riscos de não priorizar a questão da privacidade de dados. Como resposta, ele disse que para as empresas, não existe um patrimônio e um bem maior do que a reputação construída em um tempo longevo. Em caso de descumprimento, os responsáveis que não se adequarem às leis podem ter a reputação prejudicada.

 

Nem todas as empresas sofreram um ataque cibernético e conscientizaram-se da gravidade por trás de não proteger os dados pessoais dos clientes. O prejuízo de vazamento ou mau uso dos dados é a perda da confiança do público, o que resulta em menos relacionamentos e menos vendas, principalmente no meio digital.

As empresas menores terão um tratamento diferente?

 

A partir do momento que a empresa atua com dados pessoais, sejam eles no meio físico ou digital, ela está sujeita à LGPD. Agora, por se tratar de uma lei recente, diferentes tipos de tratamentos estão surgindo para flexibilizar e ajustar um sistema igualitário para as empresas de menores tamanhos. No caso de microempresas, o nível de exigência será menor, pois há conhecimento da gravidade e do risco de encerramento em caso de multas extensivas. 

 

Conscientização dos empresários sobre a LGPD

Na entrevista, a última pergunta foi direcionada para o mundo empresarial e como os empresários devem lidar com a LGPD. Inicialmente, o presidente afirmou que o principal conselho é que as empresas estejam cientes da legislação. 

 

O órgão responsável pela fiscalização da LGPD é a ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados) e no site do órgão as informações necessárias podem ser acessadas. O presidente, durante a entrevista, também se redirecionou para a importância dos setores tecnológicos para oferecer segurança para os clientes. Ressaltou que os funcionários devem estar cientes das normas da LGPD e de como eles podem ser afetados em casos de descumprimento.

 

A complexidade do mundo digital não deve ser um motivo de desespero para as empresas coletoras de dados, pois o mundo está cada vez mais habituado a trocar informações por melhores experiências. Consequentemente, novas leis seriam aplicadas para que se garanta a privacidade daqueles que usufruem dos bens e serviços.

 

Como atuar de forma proativa

 

Quando falamos da reputação de um negócio, apenas se prevenir para evitar crises não é o suficiente. É preciso ser um exemplo e mostrar ao público que os valores defendidos pela empresa são aplicados no cotidiano.

 

Por isso, quando o assunto é a proteção de dados e a imagem da organização, seja proativo. Implemente as melhores ferramentas, treine os funcionários e mostre isso aos clientes. 

 

Torne público o cuidado que existe com os dados pessoais e sempre se coloque à disposição dos clientes para esclarecer dúvidas sobre o tratamento de suas informações.