Proteção de dados

A Inteligência Artificial pode ajudar na privacidade?

A Inteligência Artificial pode ser uma aliada tanto da segurança como da privacidade


Um estudo de 2019 do Gartner prevê que, em 2023, 40% da tecnologia de conformidade de privacidade usará Inteligência Artificial. Os gastos globais com esforços de privacidade devem chegar a US$ 8 bilhões até 2022. Claramente, os líderes empresariais reconhecem que a privacidade de dados é uma missão crítica e uma despesa essencial.

 

O alto volume de tráfego e os sistemas complexos excedem em muito os esforços manuais de segurança. A única maneira de criar barricadas eficazes contra os hackers é vencê-los em seu próprio jogo. No entanto, só porque o problema original é complexo, não significa que a solução deveria ser. Na verdade, as soluções de privacidade de dados devem apresentar o mínimo de atrito possível à experiência do usuário. Caso contrário, os próprios esforços que as empresas fazem para proteger os usuários os afastarão.

 

Os regulamentos variam amplamente entre os setores e regiões, o que torna a conformidade um desafio, mesmo se o software de IA certo estiver disponível para alcançá-lo. Além disso, o grande volume de eventos do usuário que exigem autenticação pode ser opressor.

 

Privacidade x segurança

 

O aprendizado de máquina e a IA têm a vantagem de ser uma tecnologia passiva da perspectiva do usuário. Eles não requerem interação direta de um usuário para ser eficaz. Os usuários, e principalmente os consumidores, deixarão de lado os controles de segurança ruins sem pensar duas vezes. 

 

Freqüentemente, os consumidores precisam ser incentivados a trocar um pouco de privacidade por segurança. Por exemplo: uma fintech sabe seu perfil de consumo e, quando vê uma atividade diferente no seu dispositivo, bloqueia a operação. É essencial que qualquer plataforma online estabeleça uma linha de base de confiança sobre como eles lidam com essa troca, especialmente quando se trata de identidades de clientes.

 

Os desafios da validação da identidade do consumidor se tornaram mais difíceis. Os endereços pessoais são um elemento da identidade do consumidor e estão vinculados a cartões de crédito, bancos, carteiras de habilitação e não ficam dentro de um país.

 

Uma plataforma chamada Ship2MyID tem uma visão para fazer entregas de uma nova maneira. O cofundador Kush Santosh descreve assim: "Para reduzir o abuso de dados, criamos uma plataforma que permite que empresas e consumidores se envolvam sem a necessidade de informações de identificação pessoal do consumidor".

 

Os consumidores são validados localmente e apenas um conjunto mínimo de dados como país e código postal, é compartilhado com o comerciante internacional para calcular os custos de envio. Para cada transação, é criado um código QR exclusivo que atua como uma etiqueta de envio. 

 

Em resumo, a Inteligência Artificial pode ser uma aliada tanto da segurança como da privacidade, pois permite que diversos processos sejam feitos sem que tantos dados pessoais sejam expostos.

 

Inteligência Artificial virou tema de Projeto de Lei

 

No Brasil, o debate sobre IA está avançando. A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça, 6, o regime de urgência para o Projeto de Lei 21/20. Esse PL estabelece princípios, direitos e deveres para o uso de inteligência artificial no país.

 

A proposta é do deputado Eduardo Bismarck (PDT - CE) e pode ser votada já nas próximas sessões. O texto estabelece que o uso da IA deve ter como fundamentos o respeito aos direitos humanos e aos valores democráticos, à igualdade, à não discriminação, à pluralidade, à livre iniciativa e à privacidade de dados.

 

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