LGPD: Entre a Curiosidade e a Violação da Privacidade

Como a falta de compreensão sobre a LGPD pode desvirtuar o conceito de proteção de dados.

23/06/2025 12:00
Em um mundo onde a informação é o novo petróleo, a privacidade se tornou um bem raro e precioso. No entanto, a cada dia, somos confrontados com situações que revelam a falta de entendimento sobre a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Recentemente, uma conversa banal em um grupo de WhatsApp me fez refletir sobre como a curiosidade mal orientada pode levar a questões éticas e legais. Uma pessoa, em busca de informações adicionais sobre um paciente, não hesitou em pedir dados a um terceiro, alegando que era apenas 'curiosidade'. Um alerta vermelho acendeu em minha mente: isso é não só antiético, mas também uma clara violação da LGPD.

Histórias como essa são comuns no cotidiano e evidenciam a necessidade urgente de educar a população sobre o que realmente significa a proteção de dados. Muitas vezes, as pessoas confundem a coleta de informações com um ato benigno, sem perceber que cada dado pessoal é uma parte da identidade de alguém. A falta de intimidade e o desrespeito à privacidade são reflexos de uma cultura que ainda não internalizou os princípios da LGPD. Quando o que deveria ser um ato de respeito se transforma em curiosidade desenfreada, estamos a um passo de comprometer a dignidade alheia.

Além disso, a coleta de dados vai além da simples curiosidade; é uma questão de responsabilidade. A recusa em fornecer informações sobre os filhos, por exemplo, é uma postura que muitos pais enfrentam. A preocupação com a segurança e a privacidade é válida e deve ser defendida. O que muitos não percebem é que a LGPD não é apenas uma lei, mas um escudo que protege os cidadãos de abusos. Quando as escolas ou empresas parceiras solicitam informações, é fundamental que estejam cientes de suas obrigações legais e éticas, garantindo que os dados sejam tratados com respeito e segurança.

Entretanto, a realidade é que muitos ainda veem a LGPD como uma mera sugestão, uma ideia distante que não se aplica ao dia a dia. Exemplos de mensagens indesejadas após a abertura de um chamado para atendimento revelam que a regulação ainda é um desafio. A falta de responsabilidade das empresas em lidar com os dados de clientes cria um ciclo vicioso de desconfiança. Como podemos exigir um tratamento ético e respeitoso quando as próprias instituições falham em seguir as normas estabelecidas?

Portanto, é crucial que todos nós, como sociedade, nos unamos para exigir a aplicação adequada da LGPD. Precisamos, mais do que nunca, entender que a proteção de dados é um direito fundamental e não uma mera formalidade. Somente com conscientização e educação poderemos transformar essa realidade e garantir que a privacidade de cada indivíduo seja respeitada e protegida. Afinal, a verdadeira liberdade reside no controle que temos sobre nossas próprias informações.