Um dos pontos críticos é a disparidade na análise de casos que envolvem grandes empresas em comparação com pequenos e médios empreendimentos. Muitas vezes, as grandes corporações conseguem se beneficiar de uma maior flexibilidade regulatória, enquanto as menores enfrentam barreiras que podem inviabilizar sua atuação no mercado. Essa situação não apenas compromete a livre concorrência, mas também afeta a inovação e a diversidade de opções disponíveis para os consumidores.
Além disso, o Brasil ainda carece de uma cultura de defesa da concorrência que seja amplamente disseminada entre os agentes econômicos. A falta de entendimento sobre a importância do antitruste muitas vezes resulta na aceitação passiva de práticas anticoncorrenciais, que podem se tornar normais no cotidiano empresarial. Para reverter esse quadro, é fundamental promover uma maior conscientização sobre os benefícios de um mercado competitivo e as consequências da concentração excessiva.
A implementação de políticas públicas que visem reduzir essas assimetrias é essencial. Isso inclui a criação de mecanismos que garantam uma análise mais equitativa dos casos pelo CADE, assim como o fortalecimento da educação antitruste, que deve ser direcionada não apenas a empresas, mas também a consumidores e estudantes. Somente com um esforço conjunto será possível construir um ambiente econômico mais justo e competitivo.
Em suma, as assimetrias no direito antitruste brasileiro representam um desafio que requer atenção urgente. Para garantir um mercado mais equilibrado e saudável, é preciso que as autoridades e a sociedade civil trabalhem juntas na promoção de um entendimento mais profundo e na aplicação efetiva das normas de defesa da concorrência.