LGPD: O Desafio da Proteção de Dados em um Mundo Sem Senhas

Descubra como a falta de segurança digital impacta a privacidade e a proteção de dados pessoais.

18/04/2025 07:02
Em um mundo onde a informação flui como água, a proteção de dados pessoais se tornou uma questão de sobrevivência digital. Recentemente, me deparei com um PDF que, sem qualquer senha, estava acessível a qualquer um. Essa situação não apenas demonstra a negligência de muitas empresas em relação às informações sensíveis dos clientes, mas também levanta questões sérias sobre a conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Afinal, em um cenário onde a privacidade deveria ser a prioridade, como podemos permitir tamanha vulnerabilidade?

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) estabelece que os adolescentes têm o direito ao pleno desenvolvimento, e essa proteção se estende ao ambiente digital. Quando plataformas como o TikTok categorizam perfis de menores para receber conteúdos que podem ser prejudiciais, não estão apenas ferindo a LGPD, mas também desrespeitando a legislação que visa proteger a infância e a adolescência. A dúvida que fica é: até onde vai a responsabilidade dessas empresas na curadoria do que é oferecido aos seus usuários mais jovens?

A realidade é que a aplicação da LGPD muitas vezes parece ser uma mera formalidade. Profissionais, ao tentarem denunciar a má utilização de dados, frequentemente se deparam com respostas vazias e promessas não cumpridas. A frustração é palpável; as instituições que deveriam zelar pela proteção de dados muitas vezes se mostram ineficazes, como se o cumprimento da lei fosse uma mera questão de retórica. A sensação de estar em um ?inferno de profissão? é compartilhada por muitos, que se veem impotentes diante de um sistema que falha em proteger os direitos dos cidadãos.

Além disso, a falta de clareza nas diretrizes da LGPD resulta em práticas que, em vez de assegurar a transparência, acabam por criar um ambiente de censura. A lei, embora tenha sido criada para proteger, muitas vezes é utilizada como justificativa para restringir o acesso à informação. O parecer nº 00009/2022/DECOR/CGU/AGU reafirma que a transparência e a proteção podem coexistir, mas isso só se torna realidade se houver um compromisso genuíno com a aplicação da legislação.

É inaceitável que o ônus de reverter danos causados pelo uso indevido de dados recaia sobre a vítima. A aposentada que recebe ligações indesejadas e mensagens invasivas ilustra bem o desamparo que muitos sentem. A LGPD foi criada para proteger, mas sua implementação ainda é uma barreira a ser superada. O caminho para a segurança dos dados pessoais é longo, e a conscientização sobre nossos direitos é o primeiro passo para garantir que a privacidade não seja apenas um conceito, mas uma realidade palpável para todos.