O cenário é agravado por práticas que se aproveitam das brechas na legislação. Muitos negócios utilizam a LGPD como uma desculpa para coletar dados excessivos, enquanto o verdadeiro objetivo da lei - proteger a privacidade do usuário - parece ser esquecido. O termo "Lei Geral de Passar os Dados" não é apenas um trocadilho; é uma crítica à forma como algumas empresas têm se apropriado da legislação para justificar ações que, na prática, violam o direito à privacidade.
O debate sobre a LGPD não se limita a palavras; ele se intensifica nas reuniões de empresas, onde a resistência à mudança ainda é forte. Profissionais de tecnologia frequentemente se deparam com comentários como "vale validar com o GPT", em uma tentativa de deslegitimar a importância do cumprimento da lei. No entanto, a realidade é que a conformidade com a LGPD deve ser uma prioridade, especialmente em um momento em que gigantes da tecnologia, como a ByteDance e a Uber, estão se adequando às exigências regulatórias e implementando melhorias na comunicação com seus usuários.
É essencial que todos, desde pequenos empreendedores até grandes corporações, compreendam a importância de proteger os dados de seus clientes. A falta de cuidado pode resultar em vazamentos que não apenas afetam a reputação das empresas, mas também colocam em risco a privacidade de milhares de pessoas. A sociedade precisa exigir maior transparência e responsabilidade das empresas, e isso só será possível com uma legislação mais robusta e aplicável em todos os estados.
Assim, a LGPD deve ser vista não apenas como um conjunto de regras, mas como um passo importante na construção de um ambiente digital mais seguro e ético. À medida que continuamos a navegar por este novo mundo, é vital que cada um de nós se torne um defensor da privacidade e do uso responsável dos dados. Somente assim poderemos garantir que a proteção de dados não seja uma mera formalidade, mas sim uma realidade prática e efetiva para todos.