LGPD: Entre a Teoria e a Realidade do Mundo Digital

Descubra como a LGPD se transforma em um mero conceito frente às práticas de mercado.

16/06/2025 12:00
Em um mundo onde a tecnologia avança a passos largos, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) surgiu como uma promessa de segurança e respeito à privacidade do cidadão brasileiro. Contudo, ao desbravar essa nova realidade, muitos se deparam com uma inquietante pergunta: será que a LGPD é uma realidade ou apenas um enredo fictício?

Um usuário, ao abrir um chamado na operadora Vivo, se viu inundado por mensagens de outras operadoras, todas relacionadas ao mesmo assunto. Essa situação emblemática revela a fragilidade da proteção de dados que a LGPD deveria assegurar. Em um momento em que se espera que os dados pessoais sejam tratados com respeito, a sensação de estar sendo observado e abordado indevidamente por empresas é, no mínimo, desconcertante. Por que, então, a promessa de privacidade parece tão distante da realidade cotidiana?

A verdade é que, enquanto as empresas se apressam em coletar dados, muitos usuários se perguntam se a LGPD não é apenas uma sugestão, uma diretriz que, na prática, é ignorada. A ideia de que até mesmo detalhes íntimos, como o tempo que alguém passa no banheiro, possam ser monitorados, soa como uma piada de mau gosto. A ironia se torna mais evidente quando se nota que, em meio a toda essa coleta desenfreada, o verdadeiro respeito pela privacidade ainda está em débito.

Adicionalmente, o conceito de 'deadname', que se refere ao nome utilizado por uma pessoa trans antes da transição, ilustra como a falta de cuidado no manejo de dados pode causar danos emocionais reais. É um lembrete de que, por trás de cada dado coletado, existe uma vida e uma história. A falta de consideração e a despersonalização dos dados reforçam a urgência de um debate mais profundo sobre a implementação da LGPD.

Portanto, ao celebrarmos a LGPD, é fundamental questionar: como garantir que essa lei não se torne apenas uma boa intenção em meio a um mar de práticas descuidadas? A proteção de dados deve ser encarada como um compromisso sério, onde a privacidade do usuário é priorizada, e onde as empresas são responsabilizadas por suas ações. Afinal, a verdadeira transformação começa com ações concretas e não apenas palavras soltas em um documento. A LGPD deve ser a chave para um futuro onde a privacidade é respeitada, e não um conto de fadas que se dissolve na realidade do dia a dia.