LGPD: Entre a Teoria e a Prática no Caos Digital

Como a proteção de dados se perde em meio à desinformação e descaso.

18/06/2025 12:00
Em um mundo onde a privacidade parece um conceito em extinção, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) surge como um salvaguarda, prometendo proteger os cidadãos contra o uso indiscriminado de suas informações pessoais. No entanto, a realidade muitas vezes se mostra mais complexa do que a teoria. Para ilustrar essa desconexão, vamos explorar a experiência de um cliente da Vivo, que após abrir um chamado, se viu inundado por mensagens de outras operadoras, questionando: onde está a proteção prometida pela LGPD?

O caso do cliente exemplifica um problema recorrente: a coleta de dados que deveria ser controlada se transforma em um verdadeiro vale-tudo. Essa experiência não é única; muitos brasileiros já se sentiram como personagens de um pesadelo digital, onde suas informações pessoais são tratadas como mercadorias. A pergunta que ecoa entre os usuários é: a LGPD é uma lei ou apenas uma sugestão frequentemente ignorada? A sensação de impotência diante de práticas abusivas é palpável e gera um descontentamento crescente com o sistema.

A ironia se torna evidente quando refletimos sobre a extensão da coleta de dados. Em um tom sarcástico, alguns usuários se perguntam se suas rotinas diárias, como o tempo que passam no banheiro, também estão sendo monitoradas. Essa reflexão não é apenas uma piada; ela expõe uma realidade perturbadora sobre a invasão de privacidade que muitos enfrentam diariamente. O sistema de TI de diversas empresas parece estar em colapso, revelando falhas na proteção de dados que deveriam ser a prioridade de qualquer organização.

Além disso, a confusão sobre o que realmente constitui um dado pessoal e as sanções associadas ao seu uso indevido tornam a LGPD um tema ainda mais nebuloso. Questões como "Esse documento é público?" ou "Quais são as penalidades por divulgá-lo?" criam um ambiente de incerteza, onde até mesmo as entidades responsáveis pela aplicação da lei parecem estar perdidas. É necessário um esforço conjunto para educar não apenas as empresas, mas também os cidadãos sobre seus direitos e deveres sob a LGPD.

Neste mês do orgulho LGPD, é fundamental lembrar que a luta pela proteção de dados pessoais é uma questão de dignidade e respeito. Os cidadãos merecem saber que suas informações estão seguras e que podem confiar nas instituições para proteger sua privacidade. Se a LGPD for apenas uma formalidade, a verdadeira vitória será para aqueles que a ignoram. Portanto, é hora de exigir que a lei deixe de ser um mero papel e se torne uma prática diária, visível e efetiva.

A batalha pela proteção de dados é uma missão que cabe a todos nós. Precisamos nos unir para garantir que a LGPD se torne uma realidade no cotidiano dos brasileiros, e não apenas um ideal distante. Afinal, a privacidade não é apenas um direito; é um valor que deve ser defendido em todas as esferas da sociedade.