Imagine um pai que, ao tentar proteger a privacidade dos filhos, se vê em um labirinto de burocracia e desinformação. Esse é o caso de muitos brasileiros, que, como ele, se sentem impotentes diante da coleta desenfreada de informações por escolas e empresas parceiras. O descontentamento é palpável, e a sensação de que a LGPD é apenas uma boa intenção, sem aplicação prática, permeia o discurso. Afinal, como confiar em uma legislação se, ao abrir um chamado em uma operadora, somos bombardeados com mensagens de outras empresas sobre o mesmo assunto, sem que tenhamos dado consentimento?
O sentimento de frustração se intensifica quando se percebe que, mesmo com a LGPD em vigor, a coleta de dados parece seguir um caminho sem freios. Uma reclamação aqui, um dado exposto ali, e a privacidade se torna uma questão de 'sorte'. É como se a LGPD fosse uma sugestão, uma recomendação para que as empresas façam o que acham que é certo, mas sem a obrigatoriedade de realmente respeitar a privacidade do consumidor. Ao contrário do que muitos pensam, a proteção de dados não deve ser uma mera formalidade, mas uma prática essencial na era digital.
E o que dizer das fraudes que permeiam esse cenário? A experiência de um usuário que se depara com um aplicativo de pagamentos fraudulento é a prova de que a regulamentação precisa ser mais rigorosa. A LGPD deveria ser a linha de defesa, mas, em muitos casos, é vista como um mero detalhe na jornada do consumidor. Afinal, até que ponto a tecnologia, com sua capacidade insaciável de coletar e armazenar dados, tem respeitado a legislação?
Neste mês do orgulho LGPD, é hora de refletir sobre o verdadeiro papel da lei em nossas vidas. A proteção de dados deve ser uma prioridade, não apenas uma formalidade. Precisamos de um movimento que vá além das redes sociais e que faça pressão nas empresas para que respeitem a privacidade de seus clientes. A LGPD não pode ser apenas uma letra em uma legislação; deve ser uma prática diária, um compromisso ético de todos que lidam com dados pessoais. Afinal, em um mundo onde tudo é compartilhado, que lugar resta para a privacidade?