A LGPD foi criada para proteger os cidadãos e garantir que suas informações pessoais sejam tratadas com respeito e segurança. No entanto, a prática ainda deixa muito a desejar. Erros comuns, como a exigência de dados excessivos para serviços básicos, refletem uma desconexão entre a intenção da lei e a sua implementação no dia a dia das empresas. O que deveria ser uma proteção se transforma em uma barreira que, muitas vezes, desencoraja o consumidor e promove a desconfiança.
A situação é ainda mais complexa quando consideramos o papel das empresas e como elas lidam com a conformidade. Muitos gestores, ao ouvir sobre a LGPD, reagem com a frase ?vale validar com o GPT?, como se a legislação fosse uma questão meramente técnica e não uma parte vital da ética empresarial. Essa falta de entendimento pode levar a uma cultura corporativa onde o respeito aos dados do consumidor é apenas um detalhe, não uma prioridade.
Além disso, a legislação enfrenta desafios políticos e sociais. A discussão sobre a necessidade de uma lei federal que proíba práticas abusivas, como a coleta desnecessária de CPF em clubes de desconto, é cada vez mais relevante. O papel da Câmara e do Senado é crucial nesse cenário, pois uma legislação mais robusta pode ajudar a regular e proteger os direitos dos cidadãos de forma efetiva.
Em meio a essa confusão, muitos se perguntam: como podemos garantir que a LGPD cumpra seu papel? A resposta pode estar em uma combinação de educação, consciência e um compromisso genuíno das empresas em respeitar a privacidade do consumidor. Somente assim será possível transformar a LGPD de uma mera formalidade em uma verdadeira proteção dos direitos dos cidadãos, garantindo que a tecnologia sirva para melhorar a vida das pessoas e não para complicá-la.