A implementação da LGPD deveria significar um avanço na proteção de dados, mas muitos brasileiros se perguntam se isso realmente acontece. O caso de vazamentos de dados, como o recente incidente envolvendo um parceiro da XP, levanta sérias questões sobre a responsabilidade das empresas. Apesar de alegarem seguir a legislação, a sensação de impunidade paira no ar. A frase de Rita Lee, "eu que se foda, né", ecoa entre aqueles que se sentem desamparados em um sistema que parece falhar em proteger suas informações sensíveis. Afinal, como confiar em empresas que, mesmo sob a vigilância da LGPD, continuam a expor dados pessoais sem qualquer consequência significativa?
Além disso, a categorização de perfis de menores pelo TikTok, que facilita o acesso a conteúdos potencialmente prejudiciais, também desafia a LGPD e o Estatuto da Criança e do Adolescente. Em um momento em que a proteção dos jovens deveria ser prioridade, testemunhamos empresas lidando com dados de forma irresponsável. Isso nos leva a refletir: até que ponto as Big Techs estão realmente comprometidas com a proteção de dados, e até que ponto estamos sendo apenas mais uma linha em suas planilhas financeiras?
A frustração não se limita apenas aos usuários comuns. Profissionais que tentam denunciar abusos e violações da LGPD frequentemente se deparam com um muro de resistência. As respostas das autoridades muitas vezes se resumem a advertências brandas, como um ?ai ai ai? que não gera mudanças concretas. Essa situação cria um ciclo vicioso de desconfiança, onde os cidadãos se sentem cada vez mais impotentes, enquanto as empresas continuam a operar como se a legislação fosse apenas uma formalidade.
Portanto, a luta pela efetividade da LGPD vai além da implementação de novos canais de comunicação. É uma questão de cultura corporativa e de responsabilidade ética. As Big Techs precisam entender que a proteção de dados não é apenas uma exigência legal, mas uma obrigação moral. Para que a LGPD cumpra seu papel, é essencial que haja um comprometimento genuíno das empresas em respeitar a privacidade dos usuários e garantir que suas informações sejam tratadas com o devido cuidado e respeito. Caso contrário, continuaremos a viver em um inferno de profissões onde a proteção de dados é apenas uma ilusão.