Entretanto, a jornada para a conformidade com a LGPD não tem sido fácil. Apesar dos avanços, muitas dessas empresas ainda enfrentam críticas sobre a eficácia de suas medidas. O recente escândalo envolvendo o vazamento de dados da XP, por exemplo, levantou sérias questões sobre a verdadeira adesão à lei. A sensação de impunidade parece persistir, enquanto os consumidores se perguntam se suas informações estão realmente seguras ou se são apenas mais uma linha em um relatório de conformidade.
A situação é ainda mais complicada quando consideramos as implicações para grupos vulneráveis. O TikTok, ao categorizar perfis de menores de forma inadequada, não apenas ignora os princípios da LGPD, mas também coloca em risco o direito ao desenvolvimento seguro de crianças e adolescentes, conforme estabelecido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. Isso nos leva a questionar: até que ponto as empresas estão dispostas a ir para proteger seus usuários, especialmente os mais jovens?
Além disso, a resistência das Big Techs em se adaptar plenamente à LGPD revela uma falta de consideração pelas informações sensíveis dos clientes. O tratamento superficial com dados pessoais sugere um desprezo pelas diretrizes que deveriam proteger a privacidade e a segurança dos consumidores. O recente estudo que aponta que muitas IAs populares não cumprem os requisitos da LGPD reforça essa ideia, indicando que ainda há um longo caminho a percorrer.
Neste cenário, a LGPD se torna não apenas uma obrigação legal, mas um chamado à responsabilidade social. À medida que as empresas se adaptam a essa nova realidade, é imperativo que os consumidores permaneçam vigilantes e exigentes. A proteção de dados não deve ser vista como um mero cumprimento de normas, mas como um compromisso genuíno com a ética e a transparência. Afinal, a confiança do consumidor é um ativo valioso que, se perdido, pode ser difícil de recuperar.