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LGPD: A Ilusão da Proteção em um Mundo de Dados Descontrolados

Descubra como a LGPD se tornou um mero detalhe em meio à coleta desenfreada de dados.


Em um dia comum, ao tentar acessar minha conta em um serviço online, me deparei com uma série de passos complicados e intermináveis. A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) prometia proteger meus dados, mas, na prática, parecia ser mais um labirinto do que uma segurança. A frustração aumentou quando percebi que, mesmo com todas as barreiras, meus dados estavam sendo compartilhados sem meu consentimento, até mesmo por instituições públicas. A pergunta que ecoa na minha mente é: para que serve essa lei se ela se torna apenas um empecilho na busca por meus próprios dados?

A situação se agrava quando vejo pessoas confundindo a LGPD com questões distantes, como o orgulho LGBTQIA+. Essa desconexão é sintomática de uma sociedade que luta para entender a importância da privacidade em um mundo digital. Quando uma velha conhecida me pediu, pelo WhatsApp, informações de um paciente, sua justificativa foi pura curiosidade. A falta de ética e respeito às normas da LGPD são práticas que se tornaram comuns, e a indignação que sinto é apenas um reflexo do que muitos brasileiros enfrentam.

Como mãe, sou implacável quando se trata de proteger os dados dos meus filhos. Recentemente, questionei a escola sobre a coleta de informações sensíveis e as parcerias com empresas que, com certeza, não respeitam a privacidade. A sensação de estar em um campo de batalha contra um sistema que não se importa com a proteção dos dados é avassaladora. O que mais me incomoda é a certeza de que, mesmo com a LGPD, muitas instituições continuam a agir como se a privacidade fosse um detalhe irrelevante.

O que me faz refletir é a necessidade urgente de conscientização sobre a importância dos dados pessoais. A LGPD, se bem aplicada, poderia ser uma ferramenta poderosa, mas, enquanto as empresas continuarem a ignorá-la, será apenas uma sugestão. O caso do sistema de pagamentos Isaac, que levanta questões sobre a regulamentação e o cumprimento da lei, é um exemplo claro de como a sociedade precisa pressionar por mudanças reais. É preciso que todos entendam o que são dados e como devem ser tratados, não apenas para evitar fraudes, mas para garantir que a privacidade seja respeitada.

Em um mundo onde a coleta de dados é uma prática comum, precisamos nos unir e exigir que a LGPD não seja um mero formalismo, mas uma realidade que proteja os cidadãos. A luta pela privacidade é de todos nós, e só assim poderemos transformar a frustração em ação e garantir que nossos direitos sejam respeitados. Afinal, proteger nossos dados pessoais é proteger nossa identidade e dignidade.

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