A LGPD, inspirada em legislações europeias, foi criada em um contexto onde o comércio de dados se tornou uma das maiores indústrias do mundo. As grandes empresas de tecnologia, que lucram bilhões com a coleta e venda de informações pessoais, veem na LGPD um obstáculo a seus interesses. O que muitos não percebem é que, ao atacarem essa legislação, estão tentando minar um dos pilares que asseguram a responsabilidade e a ética no uso dos dados dos brasileiros. É uma batalha que, se não for bem conduzida, poderá resultar em uma nova forma de exploração digital.
Recentemente, os Estados Unidos abriram investigações que envolvem não apenas a LGPD, mas também o sistema de pagamentos via PIX. As autoridades alegam práticas desleais, mas o que realmente está em jogo é o controle sobre a economia digital brasileira. O Brasil, ao implementar a LGPD, deu um passo importante para garantir que seus cidadãos tenham direitos sobre suas próprias informações. É um movimento que incomoda aqueles que desejam continuar a explorar o mercado sem restrições.
A situação nos leva a refletir: como podemos defender a LGPD com a mesma garra que defendemos inovações como o PIX? O que está em jogo não é apenas a privacidade, mas a soberania do nosso país em um mundo cada vez mais digitalizado. A luta pela proteção de dados é uma luta pela autodeterminação, e não podemos permitir que interesses externos comprometam nossa capacidade de regular o que é nosso.
Portanto, é fundamental que a sociedade se mobilize em defesa da LGPD, assim como tem feito em relação a outras questões de relevância nacional. A legislação pode estar em sua forma inicial e ainda frágil, mas é um passo em direção a uma governança digital mais ética e transparente. Se não nos unirmos para proteger nossa soberania digital, corremos o risco de nos tornarmos meros espectadores em um jogo onde os dados são a moeda mais valiosa.