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A LGPD e o Desafio das Big Techs: Entre a Conformidade e o Descaso

Como gigantes da tecnologia estão se ajustando às exigências da LGPD e o que isso significa para a privacidade dos usuários.


No cenário digital atual, uma nova era de proteção de dados se impõe com a LGPD, a Lei Geral de Proteção de Dados do Brasil. À medida que as Big Techs, como ByteDance, Uber, X e Telegram, se veem obrigadas a se adequar a essas normas, surge a pergunta: será que essa conformidade é suficiente para garantir a privacidade dos usuários ou é apenas uma fachada? Após um claro puxão de orelha dos reguladores, essas empresas começaram a abrir canais de comunicação mais eficientes, mas será que isso é suficiente para acalmar a desconfiança dos brasileiros?

Um olhar mais atento revela que, apesar dos avanços, muitos ainda duvidam da sinceridade dessas ações. A frase que ecoa entre os críticos é clara: "LGPD não existe". Isso se torna ainda mais pertinente quando consideramos as frequentes violações de dados que continuam a ocorrer, como o recente vazamento de informações pessoais por parceiros de empresas, que deixa os usuários em um estado de vulnerabilidade constante. É um paradoxo, onde a lei existe, mas a aplicação efetiva parece distante.

A questão torna-se ainda mais complexa quando olhamos para a juventude. O TikTok, por exemplo, tem sido criticado por categorizar perfis de menores de forma irresponsável, expondo-os a conteúdos que podem violar tanto a LGPD quanto o Marco Civil da Internet. A proteção dos dados de crianças e adolescentes é um princípio fundamental, e a negligência nesse aspecto não apenas coloca essas populações em risco, mas também desafia a própria essência da legislação.

Além disso, o ambiente digital é uma verdadeira selva, onde golpes e fraudes se tornaram corriqueiros. A sensação de que as empresas não têm consideração pelas informações sensíveis dos clientes é palpável, e muitos se perguntam até que ponto a LGPD realmente protege os cidadãos brasileiros. A falta de medidas rigorosas e a cultura de descaso em relação à privacidade dos dados podem fazer com que os usuários se sintam impotentes, como se fossem apenas números em um grande banco de dados.

Assim, enquanto os debates em torno da LGPD seguem, a sociedade civil deve permanecer vigilante. O que se espera é um comprometimento genuíno das empresas com a privacidade dos dados e a proteção dos usuários, não apenas o cumprimento das normas por obrigação. O verdadeiro desafio reside em transformar a cultura empresarial, garantindo que a proteção de dados não seja apenas um requisito legal, mas um valor intrínseco a todas as operações no Brasil.

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