A Frustração da Proteção de Dados: Uma Reflexão sobre a LGPD

Por que a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) parece mais um ideal do que uma realidade prática?

27/06/2025 07:02
Em um mundo saturado de tecnologia e serviços digitais, a proteção dos nossos dados pessoais se tornou uma preocupação diária. A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que prometeu garantir a privacidade e a segurança das informações dos cidadãos brasileiros, muitas vezes parece ser apenas uma miragem. As pessoas se veem lutando para acessar suas próprias contas em serviços que, em teoria, deveriam respeitar seus direitos, enquanto instituições públicas e privadas continuam a compartilhar e vender dados sem a devida transparência. Como podemos confiar em um sistema que não cumpre suas promessas básicas?

A frustração é palpável quando percebemos que, mesmo em situações cotidianas, a LGPD não é aplicada como deveria. Um exemplo disso é o recente episódio em que uma mãe, ao tentar proteger os dados dos filhos, se deparou com a curiosidade indiscreta de uma funcionária de uma escola. Essa situação revela não apenas uma falta de compreensão das normas que regem a proteção de dados, mas também a necessidade urgente de educar tanto os consumidores quanto os prestadores de serviços sobre a importância da privacidade.

Ademais, a sensação de que a LGPD é mais uma sugestão do que uma obrigação se torna ainda mais evidente quando empresas começam a utilizar novos sistemas de pagamento que, por mais que prometam segurança, ainda carecem de regulamentação adequada. A insegurança em relação a como esses dados são tratados e armazenados gera um ciclo vicioso de desconfiança. O que deveria ser uma prática comum, como proteger informações pessoais, se transforma em um labirinto de incertezas e frustrações.

Enquanto isso, a cultura de coleta de dados continua a se expandir, e a sensação de impotência aumenta. A pergunta que não quer calar é: até quando seremos obrigados a nos submeter a essa vigilância constante? A resposta pode estar nas mãos de cada um de nós. Ao se recusar a fornecer informações desnecessárias, como fez uma mãe que se negou a dar dados de seus filhos, a população pode começar a criar uma pressão sobre as empresas, exigindo mais respeito e conformidade com a LGPD.

Neste cenário, é fundamental que a sociedade se una em torno da causa da proteção de dados. A LGPD não é uma simples legislação, mas um direito que deve ser respeitado e valorizado. É hora de transformar a frustração em ação, educando e pressionando as instituições a cumprirem seu papel na proteção dos dados pessoais. Somente assim poderemos construir um ambiente digital mais seguro e respeitoso, onde a privacidade do cidadão seja realmente uma prioridade.